No meu caso acho que tenho uma extensa experiência como blogueiro. Comecei com esta Caixa do Mendinho em 2006, em plena febre de blogues em galego derivada de problemas ambientais como o derramamento do Prestige (2002) e a crise dos incêndios (2006). À medida que a comunidade de blogues em galego estava a passar por altos e baixos até o seu declínio atual, as coisas evoluíram naturalmente até a Caixa se tornar um blogue mais especializado em ciência, tecnologia, negócios... mas em português. Em 2007 comecei a escrever Not Only Bridges, em inglês e muito mais focado na engenharia civil. Este último, apesar do concreto do tema, teve uma ordem de magnitude mais de visitas do que a Caixa do Mendinho e a maioria dos seus visitantes habituais são de os EUA.
O total de quase duzentos artigos entre ambos os blogues serviu como uma vitrina para conseguir pequenos mas interessantes projetos como consultor ocasional. A parte mais complexa foi usar a média social para interagir com clientes potenciais. Ainda estou aprendendo muito em como melhor fazer isso: começar a segui-los, ler os seus postes e as suas interações e construir presença. É claro que não se pode esperar que um blogue e as médias sociais sejam a única e principal ferramenta de marketing, mas é claro que podem ajudar a fazer marca pessoal e como catalisador para ulteriores apresentações.
Finalmente, acho que também melhorei as habilidades essenciais para me expressar bem de maneira escrita. Os relatórios e correios eletrónicos são documentos habituais na vida de um engenheiro mas estas atividades não estimulam o processo criativo como escrever um blogue. Esta escrita foi útil para organizar e arquivar pensamentos, para fazer com que esse pensamento flua de maneira mais coesa e concisa e para expor a crítica pública as minhas ideias. A metodologia de redigir artigos curtos foi uma excelente maneira de produzir conteúdo. Olhando e lendo postes mais antigos, não vejo apenas uma página cheia de artigos, vejo uma biblioteca cheia de teses sobre um determinado assunto.
Foto: Juan Benet por Joaquín Amestoy, Madrid, 1977.