22 de nov. de 2015
As lavandeiras e o engenheiro
No livro Desenvolvimento Comunitário de Hermano Carmo é relatada uma situação real que aconteceu no âmbito de um programa de saúde pública promovida pela administração mexicana. Um engenheiro projetou uns balneários e uns lavadouros novos em uma aldeia mexicana baixo os critérios técnicos aos que ele estava habituado. Deste modo os lavadouros forom implantados virados para a parede, desde onde a canalização os servia. O desenho permitia uma construção de baixo custo e com um acesso facil à água potável. Assim as mulheres não teriam de ir ao rio lavar e se abastecer de água para a casa.
O espanto do engenheiro foi grande quando verificou que as mulheres não só não agradeciam a obra senão que estavam zangadas de as ter castigado a trabalhar voltadas para a parede, tal como os seus filhos quando se portavam mal na escola. Ademais, os novos lavadaouros não lhe permitiriam às mulheres conversar grupalmente enquanto lavavam a roupa.
O engenheiro partiu de duas ideias feitas erradas: a de que tudo o que é tradição é antiquado e portanto qualquer mudança é boa; e a de que os engenheiros, dada a sua superior formação e capacidade tecnológica, podem prescindir da opinião das populações.
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