A não ser que aconteça um milagre a crise pode prolongar-se durante vários anos. Um facto realmente assustador é que os nossos gurus políticos, empresariais e sindicais aconselhem gastar, gastar e mais gastar. Talvez grande parte deles nunca tiveram que fazer gestão durante um período de recessão econômica e mesmo alguns cresceram sem saber nada sobre os tempos difíceis nem como lidar com eles. Assim "correcção", "aterragem suave", "rebalanceamento económico temporário" são eufemismos usados para não chamar às coisas pelo seu nome e não ver o que é óbvio. Para ajudar nesses tempos difíceis e continuando a série "Nin idea de economía" do colega Míguez vou dar um conjunto de dicas básicas que podem ser úteis:
EMPREGO
Se tem emprego, não espere uma melhora significativa nestes anos. Neste momento, segurança importa mais que salário. O desemprego pode atingir a todas as pessoas: seja mais eficaz e segure o seu emprego.
Se não tem emprego, faça auto-crítica sem voltar-se pessimista, deixe o idealismo para melhor oportunidade e seja 100% practico: ajuste a sua formação aos empregos oferecidos. Faça cursos e trabalhe grátis em ONGs e estágios. Fale abertamente da sua situação sem cair no drama nem na ansiedade à sua rede de colegas.
DÍVIDAS
A lição número um em momentos de crise é não ter dívidas. Se já está endividado, insista em renegociar. Use a restituição do imposto de renda, economize no supermercado para quitar a dívida, brigue por todo desconto. Se você não tem como se livrar da dívida imediatamente, procure alongar o prazo de pagamento. Outra alternativa é tomar um empréstimo pessoal, aproveitando a baixada de juros, mais barato, para quitar a dívida atual. Ficar pendurado no cheque especial, no crédito do cartão de crédito e nos empréstimos de financeiras são as piores opções.
DIA - A - DIA
Não fumar, comer de Tupperware e deixar o carro na casa poupa em média 300 euros ao mês por pessoa. O racionamento de energia, os gastos com telefone e celular, os enlatados que ficam esquecidos na despensa, a fruta que apodrece, o queijo que ninguém come, etc... Liste todos os gastos durante um mês para identificar o que pode ser cortado.
APRENDER
As bibliotecas públicas são grátis!. Leia mais sobre crises e peça conselhos àquelas pessoas maiores que passaram por outras crises em outros tempos. As minhas dicas são ler e aprender da Grande Depressão dos 30 nos EUA e da crise económica da Finlândia dos 90.
SAÚDE MENTAL
Não acredite que a crise económica mundial seja responsável por tudo na sua vida particular, pois para tudo há um limite. Não crie uma crise pessoal ou familiar que pode ser pior. É provado que a crise econômica aumenta a incidência de suicídio e enfermidades mentais. Se se sinte envolvido pelo desanimo encontre os meios e a ajuda para sair.
Eu, com crise ou com recessão, malgrados os conselhos dos políticos, continuarei poupando e aplicando o meu dinheirinho com jeito.
Son consellos boísimos, Mendinho.
ResponderEliminarSen dúbida, a clave para sair da crise, é a mesma que a clave da supervivencia dos humanos como especie: a imaxinación, capacidade de inventar solucións.
Desafortunadamente, os nosos «líderes» carecen de ese don, son persoas cuia única experiencia parece ser (a) xestionar a riqueza ou (b) monxer a vaca hasta que, como pasou agora, reventou.
Tócalle agora ás persoas da escala intermedia tirar do carro con ideas, ensinándolle á xente a racionalizar, como vostede brillantemente fai, e a facerlle ver que, non hai tanto tempo, a xente so tiña cartos para cubrir parte das súas necesidades, quedando as outras en mans do «do it yourself», ousexa: a horta ou a máquina de coser, a reutilización, etc.
De organización social... mellor falamos outro día. :D